02/03/2009

O SOLITÁRIO (Delírios e Altruismos)

O médico clínico geral, de família abastada, filho de alto executivo de multinacional, que nunca trabalhara, deparara-se havia alguns anos com as misérias humanas, trabalhando na emergência de um grande hospital de São Paulo ainda como estudante dos últimos semestres do curso de medicina, convencendo-se a cada dia da fragilidade da vida. Adquirira ali, a consciência da mortalidade pelas quantas vezes assistira o domínio da morte, da dor, a crueldade assassina e o abandono do semelhante. Nem crianças em tenra idade eram poupadas naquele recanto de misérias.
Por causa disso e porque os estudos estavam exigindo muita dedicação, começou a sentir-se angustiado, com momentos de solidão e silêncio.
Numa noite, parou seu carro no acostamento duma estrada secundária, divisa de São Paulo com Minas Gerais, para respirar, pensar um pouco. Olhou para o alto, lua cheia, céu estrelado e caiu no lugar comum. Disse alto:
- Qual o sentido de tudo isso, essas estrelas, essa Lua? Quem comanda isso tudo? O que eu faço aqui, na mais absoluta ignorância?

Nas proximidades de São Tomé das Letras, deparava-se a uns 20 metros da estradinha de terra, num terreno plano, pequena casinha, com boa base construtiva, reboco externo bem acabado, duas janelas na frente e, sob elas, beirando a parede, florezinhas miúdas, violetas, “marias-sem-vergonha”, azáleas vermelhas. Perto, alamandas amarelas e roxas num canteiro cercado por pedregulhos do tamanho de melões. À esquerda, no meio do pomar enfeitado por algumas quaresmeiras, o poço e hortas mal cuidadas. Seu morador, vivendo humildemente, um homem jovem, barbudo. Quando foi notado, perambulava pelas matas, alimentando-se de vegetais e frutas silvestres que parecia tão bem conhecer.
A lenda que dele se contava, tinha muito de fantástico. Segundo ela, certa noite tivera um encontro misterioso com extraterrestres que dele se aproximaram, interceptando seu veículo num trecho deserto de rodovia. Mantido refém, ao que parece, pois que deixara de dar notícias de seu paradeiro, conta-se que fora submetido a certas experiências por esses seqüestradores alienígenas. Dias depois, fora libertado, numa noite escura, sob tormentosa tempestade. Ao acordar pela manhã, ensopado, localizado pela policia, ao ser informado onde estava, a dezenas de quilômetros de sua cidade e de onde se lembrava ter estado até acordar encharcado, teve um choque, perdendo os sentidos. Para sua família foi o alívio e a emoção do reencontro, já que o procuravam intensamente, imaginando coisas piores.
Após seis meses, recuperado da experiência, recobrou seu vigor mental, mas recusava-se a comentar o que se passara naqueles dias de ausência. Suas atitudes eram outras: tornara-se mais calmo, introspectivo exatamente o oposto de antes, aquele comodismo pelo conforto fácil de moço rico que tudo tinha.
Dois anos mais tarde, assim que concluíra o curso de medicina com dedicação na emergência hospitalar, retornou àqueles sítios nos quais iniciara sua experiência, ali se instalando precariamente, vivendo modestamente mantendo-se distante da vizinhança.
Essa mudança assim radical fora um choque para sua família, que tudo fizera para acertar o rumo de sua vida. Mas, para diminuir o desgosto de sua mãe, prometera um breve retorno.
Talento que demonstrara possuir e que começou a chamar a atenção dos moradores por perto, era o de cuidar de animais doentes e abandonados. Com essa virtude, os lavradores e chacareiros que de hábito o ignoravam, desconfiados com seu modo de vida passaram, a princípio hesitantes e encabulados, a procurá-lo com seus animais doentes, na certeza de que o estranho vizinho os curaria.Teve, certa feita, uma reação indignada quando uma mulher, trazendo uma cachorrinha doente, pediu-lhe que a sacrificasse para acabar com o sofrimento do animalzinho. Rispidamente, ele reagiu e se revelou:
- Eu estudei para curar, não para matar, senhora. Não é aqui que encontrará o desprezo pela vida! A cachorrinha, com rápido tratamento, obrigada a beber um chá feito de ervas, logo melhorou. Com essas ações, passou a ser admirado e respeitado pelos vizinhos e moradores do lugar que viam nele uma presença permanente de segurança e socorro. Com a pobreza à sua volta, passou a cuidar de crianças doentes e, com certa relutância, também dos adultos carentes e ignorantes, muitos bebedores de cachaça, fumantes inveterados. Chegara a fazer partos urgentes. As parturientes, sem exceção, diziam ter sido uma experiência tão menos dolorosa que o normal, falando até mesmo em "milagre". Assim, granjeou o solitário muita simpatia embora, de certa forma, fosse um pouco temido talvez pela sua barba espessa que escondia em parte seu rosto e pela fama que, inexplicavelmente conseguira, de feiticeiro. Talvez porque, para aquelas pessoas simples, as beberagens que preparava, tivessem algo de mágico. E o disco voador, ele não viajara com os marcianos, não aprendera com eles?Ninguém o incomodava porque a despeito de tudo o que fazia, não se aproximava dos vizinhos. Só era procurado quando houvesse alguma necessidade, doença em animais ou crianças. Para retribuir sua ação graciosa, num sábado de muito sol os moradores com habilidades, percebendo a dificuldade que tinha o estranho com as ferramentas, sem nada perguntar e nada revelar, melhoraram o telhado de sua casa, as hortas foram alinhadas, o pomar cuidado e limpo, a mato roçado. A reação do solitário fora de surpresa nos primeiros momentos mantendo-se em silêncio, olhos arregalados vendo aquilo tudo, aguardando o resultado final, aceitando ficar à margem do mutirão.
Ao final do dia, monossílabos de agradecimento e gestos que demonstravam gratidão pela ajuda inesperada que recebera.
Um indivíduo assim estranho, cheio de virtudes, numa pequena comunidade como aquela não poderia deixar de produzir comentários e curiosidade além fronteiras. Aliás, aquela região, mais naqueles tempos, era muito propícia a alimentar a curiosidade dos turistas, pela fama que alcançou em ser um "ponto" de discos voadores, pelas suas montanhas brilhantes. Numa manhã iluminada de sábado, chegou até sua casinha, um grupo de estudantes universitários, dispostos a desmistificar o misterioso morador altruísta e dado a feitiçarias.
Esses estudantes, ao se depararem com aquele estranho sujeito, tiveram certa decepção: estatura média, barbudo, franzino e não irradiava aquele ar santo que esperavam encontrar. Todas as perguntas de sua vida pessoal, ele ignorou, como se não as ouvisse. Quando se referiram à história dos extraterrestres, ele foi para dentro da moradia como se em sua volta não existisse nada além dos elementos da natureza e seus animais soltos por perto. Sem conseguirem as reações que esperavam, permaneceram em silêncio alguns instantes, imaginando a melhor estratégia para abordar o solitário. Havia, no fundo, o desejo sincero de conhecer as idéias desse sujeito raro que curava animais e homens. Já se decidiam a ir embora quando uma das moças presentes, a que tinha um gravador nas mãos, acendeu um cigarro. A sua reação fora imediata. Explodiu:
- Apague isso. Mulher que fuma não tem perfume, apenas cheira. E mal.
Entre surpresa e assustada, como se fosse uma ordem impossível de ser contrariada, ela apagou o cigarro. Atônita, perguntou meio sem convicção:
- Qual é, afinal, a sua verdade?
O solitário parou por um instante, como se refletisse na pergunta. Voltou-se, encarou a estudante com aqueles olhos pequenos e brilhantes, respirou fundo e, respondeu, deixando todos boquiabertos:
- A minha verdade? Mas, o que é a verdade? A estudante ligou o gravador. Seria a verdade a clássica definição daquilo que está em conformidade com o real, que não admite o oposto? O que é o real? Muitos sábios que proclamam "suas verdades" cometem tantas vezes erros grosseiros que acabam por ingressar na enciclopédia do absurdo. Tal tem ocorrido em todos os ramos do conhecimento humano ao longo do tempo. Na medida em que o homem evolui na alma e no conhecimento, as verdades se multiplicam...e se completam. Ou são corrigidas mesmo sendo “verdades”. Uma proposição não verdadeira, aceita como verdadeira por longo tempo, pode ter o mérito de provocar uma nova perspectiva, o oposto, proporcionando, então, uma "nova verdade" e a conseqüente ampliação do conhecimento. Do ponto de vista da sua interioridade, da alma, de seu grau de compreensão, de inteligência, de evolução espiritual o indivíduo se situa num certo patamar de crença e ali busca inspiração para entender sua vida mortal e, a partir daí, encontrar a sua verdade ou a verdade dos outros. Porque são muitos os que aceitam as "verdades" de outrem, sem questionar. Manifestações aceitas pelo adepto, podem um dia, num estalo, contrariar suas próprias descobertas interiores. Se não desprezar esse momento de revelação poderá encontrar na sua caminhada, novas indicações da verdade que busca. Eis porque são absolutamente insensatas as desavenças entre religiões e crenças e insanas as tais “guerras santas”, porque todas elas, a despeito de suas virtudes, imperfeições e ódios, são degraus para o alto ou para baixo até. Não falo sobre estas. A Grande Verdade, aquela que acabará florescendo na interioridade do ser humano, aquela que, por seus méritos, ser-lhe-á revelada um dia, a todos espera pacientemente.
Respirou e concluiu:
- A "minha verdade" pois, se situa nessa busca calma de um degrau superior ou lapidar uma pequena face nessa pedra brilhante que representa a Verdade.
Perplexos com a longa resposta, os estudantes mantiveram-se por alguns segundos em silêncio. Não sabiam como prosseguir a conversa e se, numa nova pergunta, haveria resposta. Recolhera-se o solitário ao seu mutismo habitual. Debruçou-se sobre a base redonda do poço e desceu o balde. Na sua subida entoara aquelas notas cadenciadas dos grossos pingos retornando à sua base, redonda, límpida e primorosa, fazendo rodelas no espelho lá embaixo. Tendo o balde quase cheio à sua frente, apoiado na borda do poço, por alguns instantes parecera meditar ou orar sobre a "benção da água". Em seguida, despejou pequena parte dela numa moringa. O resto pôs numa vasilha para uma cabrita e seu filhote que o rodeavam docemente.
Um dos estudantes com semblante debochado, acadêmico de direito, refeito da surpresa da intervenção do solitário há pouco, aguçara sua veia irônica.
- Doutor, mas qual o sentido da vida, hem?
Sem se virar para ele, o solitário respondeu:
- Percebo a provocação contida em sua pergunta séria, jovem, e sinto as angústias de seus dias e sua luta de superação, mas vou respondê-la sem qualquer graça ou troça “doutor”. Essa indagação sempre me afligiu quando, por exemplo, me deparo com o mistério de ter, à frente, mirando-me nos olhos, um outro ser humano e, ao seu lado, em sua casa, animais domésticos que lhe dão amor, nunca pedindo nada em troca e, ainda mais, no seu jardim, plantas e flores que seguem com incrível beleza e sabedoria, seu próprio ciclo, apontando para as alamandas. E o que dizer dos pássaros, dos beija-flores, das árvores frutíferas, das abelhas.
Olhe para o alto e sinto o Universo sem fim...e sem começo. Qual o sentido da vida? De onde vim? Que faço aqui? Para onde vou quando morrer? São perguntas freqüentes que intrigam a vida terrena efêmera. Quem não pensa nisso tudo, tendo diante de si um amigo ou parente inerte, morto? É, portanto, uma pergunta muito difícil de responder. Quem me dera pudesse respondê-la, precisa e definitivamente. Sofri muito com isso, por experiências passadas, mas adotei o sermão mais comum. O “propósito da vida” está no aprendizado, na busca pelos séculos, de valores interiores e o encontro do ser humano com a verdade que ele traz na alma, o fragmento divino, ou de Deus, chame essa fonte original do que você quiser. O homem carrega dentro de si um templo. A grande religião que parece estar tenuemente avançando ou selecionando alguns, é aquela em os homens vagarosamente vão encontrando chaves para a abertura desse seu templo. As religiões, mesmo as que fazem da fé um negócio lucrativo poderão auxiliar nessa revelação porque por ela o fiel pode dar um passo à frente. As religiões, então, não importa em que grau de espiritualidade ocupam, servem para ir despertando seus praticantes para esse novo patamar. Todo o processo de elevação espiritual, de santidade, embora possa ter por alavanca uma qualquer religião, se consolida dentro do homem, em sua alma, numa profunda experiência psíquica. É no seu interior, sem testemunhas, que ele encontrará a manifestação suprema. Quando o homem encontrar a divindade dentro de si, terá ele subido vários degraus nos rumos da santificação e, então terá mais revelações sobre os propósitos da vida. Mas, você aí com esse olhar de sábio debochado, está disposto a alcançar a santidade, a renunciar, a perdoar as ofensas? Muitas vezes me fiz essa pergunta. Muitas vezes vacilei. De que serve essa aspiração se sou feliz assim? Silenciou como se voltasse a meditar. Encarou o estudante agora atento à explanação e prosseguiu:
- A humanidade não é uniforme: nesta escola de aprendizagem muitas são as classes e mundos: "Na casa de meu Pai há muitas moradas", disse Jesus. Há seres humanos que se destacam pela humildade e grandeza, há outros que se destacam pela soberba e outros que se comportam como bestas-feras. Quais as razões dessas diferenças? Parece que dispomos neste mundo níveis que vão do jardim da infância à universidade de altíssimo nível. No jardim da infância são matriculados seres humanos cujas almas havia pouco se libertaram de uma massa mais densa, num misterioso processo de evolução e mutação. Assim considerados, podem cometer desatinos da maior gravidade. Mas, aprenderão tendo como mestre a lei da causa e efeito, isto é, "o que você faz, você recebe na mesma proporção e intensidade, mais dia menos dia, no momento preciso". Há as classes intermediárias, onde os seres humanos matriculados têm consciência das forças do bem e do mal. De regra, optam pelo bem, porque é mais forte aquela voz da consciência. Mas, é claro, cometem deslizes e desatinos, às vezes, também, da mais elevada insensatez. Finalmente, os "níveis superiores" ocupados pelos líderes espirituais sinceros e filósofos que pelas suas palavras e ações, ajudam e inspiram toda a humanidade a evoluir, chamada à razão e a trilhar o caminho da caridade, da humildade e do perdão. Esses vários degraus ou níveis só podem ser explicados pela reencarnação. Porém, de onde provém, originariamente, essa "matéria" extremamente leve ou extremamente densa que é a alma humana, segundo seu estágio evolutivo, é um mistério, até aqui acima da compreensão ou vedada a revelação ao homem no seu atual estágio. Depois, note como os reinos inferiores, mineral, vegetal e animal evoluem, se transformam e se aperfeiçoam. Há guias invisíveis designados para que esse processo decorra irreversível. Por isso eles podem nos emocionar: quem já não se encantou pela beleza de algum mineral? Ou se emocionou diante de uma floresta majestosa? Diante de um riacho límpido e harmônico no meio da floresta? Ou pelo sentimento de amor permanentemente transmitido por um animal doméstico ou domesticado? Como um processo permanente de ajustes, cabe ao homem a missão de voltar ao mundo em muitas vidas, não só para prosseguir no aprendizado como, num dado momento, para auxiliar e ensinar seus semelhantes, com seu conhecimento de irmão mais velho e evoluído. E praticar a caridade.
Demonstrava o palestrante agora um certo cansaço, incomodado com visitas não anunciadas. Impaciência nos seus gestos, mas parecia se conter porque talvez houvesse algo mais a ser dito.
O estudante de direito desfez o ar de deboche e se perguntava constrangido se o “cara” não seria sensitivo:
- Que história era aquela quando disse “sinto as angústias de seus dias e sua luta de superação”? pensou.
Instantaneamente o solitário se voltaria e o encararia com aquela ar sereno e sem malícia. O estudante baixou os olhos.
A estudante perguntou, então, de forma direta valendo-se do que lhe restara de coragem:
- Essa sua renuncia aos valores do mundo, essa vida humilde, não tem algo de demagógico ou, no fundo, muito de vaidade, para se mostrar diferente dos demais? O senhor é médico ou veterinário?
O solitário permaneceu calado por alguns segundos como já se dera antes. Afagou o cabritinho ao seu lado e respondeu:
- Há na Bíblia menção à vaidade, dita pelo Pregador: "Vaidade de vaidade, tudo é vaidade" porque tudo volta ao pó e o espírito volta a Deus. Assim, a minha vaidade consiste em encontrar, por mim próprio, "palavras de verdade", de tal sorte que possa eu inscrevê-las lapidadas, ainda que numa pequena face daquele brilhante a que já me referi. Será demagogia ter tal aspiração? Quanto à vida humilde ou modesta, assumi esse modo não apenas como um requisito para alcançar aquele objetivo. E eu me sinto muito bem assim. Há modos de felicidade. Se sou médico? Procure você mesma a resposta
Ditas essas palavras, o solitário encerrou sua explanação abruptamente. Fizera um sinal quase imperceptível de que era hora de deixá-lo só, com suas tarefas. Gravador desligado. Os estudantes deram um "até breve" e partiram sem olhar para trás um pouco encabulados pelo que esperavam encontrar e aquilo que realmente encontraram.

Na noite desse mesmo sábado, choveu muito. Uma tempestade. No domingo ensolarado, manhã inspiradora porque tanto os pássaros como as árvores festejam a chuva da madrugada, os vizinhos a caminho da missa e dos seus cultos, notaram o silêncio no casebre. Os animais estavam por ali, alimentando-se. Mas, pareciam agitados, desconfiados.
- Ora, o homem saiu um pouco pelo mato, lá pro riacho que hoje está cheio. Logo mais tarde ele estará de volta, disse um fiel para sua esposa. Mais tarde, retornando, os vizinhos notaram que o "feiticeiro" continuava ausente. À tarde saíram à sua procura. Não o encontraram e não descobriram qualquer vestígio de seu paradeiro. Entraram na casinha e ela estava limpa como se esperasse a volta breve do seu morador. Mas, ele não voltou no dia seguinte e não mais. Os seus vizinhos agradecidos por tantos favores, preocuparam-se em cuidar dos animais como ele cuidava. Na mente simples daquelas pessoas, o homem solitário viajara para sempre com os extraterrestres. Afinal, não fora abandonado por eles depois de o terem sequestrado numa noite de chuva forte?

Mas, há outra versão: não gostaria de se constituir numa "atração turística". Parece que já vinha se preparando para outra morada, adiara por causa dos seus animais e pela carência de seus vizinhos, mas os estudantes foram a gota d’água. Hoje, quem sabe, estará nalgum outro recanto, curando animais e homens, em silêncio, levando uma vida simples sob o manto da natureza e das divindades que sua alma procura.
Ou por outra, voltado à sua vida de médico clínico na emergência de algum hospital no mais absoluto anonimato. Parece que assim se dera, alguém dissera um dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Milton,

só quem já parou, noite alta, numa beira de estrada do interior, sabe do fascínio do céu despoluído, com ou sem lua. Gostei muito, fez-me recordar alguns momentos muito importantes do "sertão", sem falar no ser-tão.

Caio Martins