31/07/2011

“DOUTOR, O SENHOR FOI ABDUZIDO?”


Em 02 de março de 2009 contei uma história neste Temas, “O Solitário” relatando uma lenda que se criou em torno de um médico que, por uns dois anos viveu humildemente no interior de Minas Gerais. De modo silencioso praticou gestos humanitários de cura entre os vizinhos. Também curou animais.
O final da história fora assim relatado:

“Mais tarde, retornando, os vizinhos notaram que o "feiticeiro" continuava ausente. À tarde saíram à sua procura. Não o encontraram e não descobriram qualquer vestígio de seu paradeiro. Entraram na casinha e ela estava limpa como se esperasse a volta breve do seu morador. Mas, ele não voltou no dia seguinte e não mais. Os seus vizinhos agradecidos por tantos favores, preocuparam-se em cuidar dos animais como ele cuidava. Na mente simples daquelas pessoas, o homem solitário viajara para sempre com os extraterrestres. Afinal, não fora abandonado por eles depois de o terem sequestrado numa noite de chuva forte?
Mas, há outra versão: não gostaria de se constituir numa "atração turística". Parece que já vinha se preparando para outra morada, adiara por causa dos seus animais e pela carência de seus vizinhos, mas os estudantes foram a gota d’água. Hoje, quem sabe, estará nalgum outro recanto, curando animais e homens, em silêncio, levando uma vida simples sob o manto da natureza e das divindades que sua alma procura.
Ou por outra, voltado à sua vida de médico clínico na emergência de algum hospital no mais absoluto anonimato. Parece que assim se dera, alguém dissera um dia.


O repórter, na recepção do hospital, por horas, se acomodara numa poltrona confortável a espera. Pedira à recepcionista que indicasse o médico quando saísse para uma entrevista.
De repente, pego num bocejo, com fome, por volta das 13h00 sai entre outros servidores, sinal tímido da recepcionista com o indicador, um médico de complexão franzina, de cabelo curto. O jornalista se apressa, aperta o passo e o alcança no estacionamento, sem ser notado pelo médico.
Arrisca:
- Doutor, o senhor foi abduzido?
O médico para perplexo, se volta e lá está um jovem barbado, com uma mochila acomodada nas costas, de paletó, calça jeans, micro-gravador na mão:
- O que disse?
- Perguntei se o senhor foi abduzido. Eu o conheci no interior de Minas há alguns anos e até hoje tenho as gravações de suas respostas. O senhor nunca respondeu a essa pergunta.
- Mas, eu fui perguntado? – Não vou responder nada disso. Tudo aquilo que você sabe, são lendas...
- Mesmo a cura dos animais com chás de ervas; parto sem dor?
- Lendas...mas, cuidei de pessoas, crianças. Dos animais, também...
- Lendas? Mas, não foram importantes aqueles tempos para o senhor?
Pensou um pouco:
- Vou explicar uma coisa: às vezes assumo que algumas abduções relatadas por algumas pessoas podem não ser meros delírios. Seriam essas experiências de abdução tal qual os “nossos” macacos de laboratório...
- OK. Como o senhor vê o avanço do mundo nestes tempos. O fim será em dezembro de 2012?
- Não sou profeta, nada tenho a dizer sobre essa data. Sou médico cirurgião e na verdade o senhor está me atrasando. Tenho que voltar logo para o hospital. Encara o repórter: - Mas, estou preocupado com a predação ambiental. Não sei como será o mundo dos meus, dos seus netos. Desertificação, escassez de água, fome...
- A devastação na Amazônia o assusta?
- Demais da conta. Há na índole do brasileiro ou de muitos algo genético de indiferença e de desrespeito herdados de nossos antepassados. Os atos de inconsequência são criminosos e não há controle. A Amazônia é ainda o ultimo reduto de esperança, de equilíbrio ambiental. Pode me chamar de entreguista, mas sou partidário da instalação de uma força internacional de preservação, porque predomina entre os brasileiros a irresponsabilidade impossível de controlar. A corrupção. Não têm condições mentais de perceber o mal que fazem para a humanidade...e para os seus descendentes. E emendou: já falei demais, preciso partir.
- E os animais, o senhor não cuida mais deles?

- Sou médico-cirurgião, trabalho intensamente no hospital mas sempre que possível cuido deles. Tenho um amigo veterinário abnegado pela causa. Na verdade eles são vítimas da predação e da crueldade humanas. Se tudo está ligado com tudo, nós recebemos a violência que infligimos a eles. Veja só a Noruega, um país que eu conheço, com aquela cultura, desenvolvimento e riqueza... precisaria trucidar baleias como faz?

- Doutor, o senhor está insinuando...
- Não estou insinuando nada, os eventos estão aí. Olhe para o alto. Passe bem.
Entrou no carro, sem luxo e partiu.
O repórter que a tudo gravara, saíra insatisfeito com a entrevista forçada. Haveria algo mais a perguntar.

Fotos NASA (Telescópio Hubble)

1. Galaxias
2. Nebulosa do esquimó

2 comentários:

Shirley Brunelli disse...

Se esse médico foi abduzido, eu não sei. Mas, acredito que OVNIs nos visitam há muito tempo. Milton, já leu "A Vida no Planeta Marte e os Discos Voadores", obra de Ramatis, psicografada pelo Hercílio Maes?Pois é...Um abraço!

TEMAS LIVRES disse...

Shirley
Grato pela presença. Não li o livro a que vc se refere mas deverei fazê-lo. Sobre Marte já li muita coisa, não necessariamente confiável. Por exemplo: que os marcianos são evoluídos e não vivem, como nós na superfície mas em cidades subterrâneas. E que nos influeciam de modo benéfico. Mas, um um místico respeitável (Max Heindel, in “Conceito Rosacruz do Cosmos”) afirma nesse livro ser Marte “um mistério” e que a vida por lá seria ainda atrasada. É o Universo complicado...e incompreensível!. Sds. Milton Martins