16/05/2013

CONTRASTES: ILHABELA x CENTRO VELHO DE SÃO PAULO



A VOZ DO MAR AO MEIO-DIA...ILHABELA

O sol é o do meio-dia e bate forte nas águas emitindo luzes que ofuscam. Menos que ondas, o mar tepidamente bate nas pedras logo abaixo. As praias são irregulares e estreitíssimas onde estou. Aquele som inigualável do vai-e-vem das águas: o que elas me transmitem naquele instante?


A linguagem da serenidade.
Tive essa sensação transcendente por alguns segundos.
E pergunto: por que não é sempre assim?
As águas batem com a mesma suavidade e me respondem:
- Não tente me desvendar. Respeite as minhas anormalidades. Não há enigmas apenas siga minhas regras e cuidados. Porque senão eu te devoro. E não que eu goste, mas tenho que ser respeitado por causa da minha imensidão cujo controle se perde.
- Mas, o mar revolto avança sobre a terra, cidades, destruindo tudo à frente e afogando milhares de pessoas, sussurrei.
- Eu pertenço a um conjunto de dádivas ofertado pelos deuses. Quando as profundezas eclodem num grito de desespero de mudanças eu reajo na mesma proporção. À ira dos deuses. E essa reação pode significar a destruição e a morte. Mas, sei que você está neste mundo de violência sem causa. Lembre-se que há um sentido de ação e reação. Ademais, vocês são os grandes destruidores e agentes do desequilíbrio. Vocês recebem mensagens amargas e nem assim se dão conta de quão nefastas são suas ações devastadoras.
Não respondi. Contentei-me em ouvir o som harmonioso das ondas batendo nas pedras da praia, porque vivia um momento de serenidade inspirada pela voz suave do mar, numa pequena praia olhando ao longe na sua imensidão.
Mas, quanto o mar inspirou poetas!



Olhei para um lado, para o alto e os montes estavam ainda verdes. No amanhecer, nuvens escuras se formavam no pico naquela alquimia de mata é água.


Crônica com tema correlacionado: 

“Ilhabela, nascentes e borboletas” de 14.03.2010.
  

BREVE VOLTA A SÃO PAULO

Dia 15.05.2013 – “Centro Velho de São Paulo”



O denominado Centro Velho de São Paulo foi ofuscado pela região da avenida Paulista, que alguém já disse ser a mais paulista das avenidas da cidade.

Meu compromisso se dará no Centro Velho. Os trens do Metrô funcionaram bem.
Saio da Estação Tietê e desço na Estação São Bento. São 10h00. Os sinos do Convento / Igreja do Largo batem freneticamente. Harmoniosamente.  Agradável.
A rua estava limpa. Surpresa?
Praça do Patriarca, nome em homenagem ao Patriarca da Independência José Bonifácio de Andrada e Silva: relativamente limpa. Há aqueles, que não se sabe de onde insistem em produzir sujeira na praça.


Entro por alguns instantes na Igreja de Santo Antônio. Ali, na solenidade do ambiente à esquerda o confessionário. Flagro, quando a portinhola se abre, um padre de branco, esperando novos confessores. E eles comparecem. Saem da confissão, pelo jeito, mais leves, fazem o sinal da cruz reverente, de frente para o altar e saem. Não sei das penitências.


À esquerda da igrejinha de Santo Antônio, um prédio baixo, estreito, a sede paulista do extinto banco de São Caetano do Sul, que trabalhava, então, na “velocidade dos computadores”. Uma referência naquela cidade do ABC, sustentado pelo grosso dos depósitos da General Motors. Ah, aqueles tempos.
À direita, na esquina com a Líbero Badaró, o também extinto Hotel Othon Palace, hoje uma agência do Itaú.
Até ali minhas impressões eram das melhores.
Mas, sempre o “mas”: o Largo de São Francisco que sempre que posso por lá passo para rever a Faculdade que me rejeitou, porque já expliquei ser péssimo aluno, então, e me deparo, encostados na mureta à direita, um dormitório de uma dezena de mendigos. Mau cheiro. Um casal dormia coberto por trapos em plena calçada da rua José Bonifácio, “atrapalhando o trânsito” dos pedestres.


Mais tarde rumo para a Praça da Sé para embarcar no Metrô. Paro um pouco na frente da Catedral. Cheiro forte de banheiro público. Pessoas mal cheirosas.
Ora, a pobreza não precisa cheirar daquele jeito.
Saio logo dali.  Deixo a minha cidade natal com alguma angústia.

Crônicas correlatas:

“Largo de São Francisco. A Academia de São Paulo” de 30.05.2009

“Raízes sancaetanenes” (I) de 21.06.2009 e (II) de 11.07.2009

“Crônica Paulistana” de 26.07.2009

(Há outras)


Fotos:

1. Da Ilhabela, minhas
2. Da Avenida Paulista, da janela, de Isabel Vasconcelos, via celular
3. As demais, from Google




Um comentário:

Edu e Liz disse...

É, sou mais Ilhabela!!!